terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Nas alturas

A caneta já estava à mão
Na poltrona cuidei de acomodar o coração
Como se a vida fosse rima
Pela primeira vez, solto versos num avião.

O verde do teu vestido
Foi solo fértil para uma emoção
No dos olhos brotava a esperança.
Decolei numa nova paixão.

Nas alturas eram minhas viagens
Sobrou inspiração
Contraditoriamente,
Mantive os pés no chão.

O vôo era no dia seguinte
Mas lá já estava o avião
Eu, fazia batidas doces
Com a vibração do pulsar.

A educação não a deixou negar
A dedicação do jovem
Que não largava o bar:
Foi preciso beber para acreditar.

Lembrei do girassol
Que caminha na luz para simplesmente encontrar
A pureza do florir
A felicidade do desabrochar

Espontâneos e naturais
Olhos verdes permitiram-se entregar
O que seria mais uma noite
Terminou com muito cantar

Do céu posso avistar
Ondas e ondas:
Umas no mar,
Outras quebrando em meu pensar

Mensagens não param de chegar
Cada nuvem um significado
Uma me lembrou a infância:
Algodão doce; a inocência do amar.

O que era partida,
Tornou-se início.
Liguei os motores,
Confias no meu pilotar?

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