terça-feira, 19 de junho de 2007

De um amor não devedor, nem possessivo

Ah, doce querer
destemido, e sem razão
preenches, com fervor,
o nobre coração

Sem ter os pés ao chão
permite-se viajar,
sem rumo,
para além do vão

Raios de Sol
iluminam a visão
agora, vê-se o belo,
um horizonte de paixão

Ah, doce querer, doce querer
se fosses apenas um querer
trocarias o doce,
pelo amargo da ilusão
Ah, doce querer, doce querer.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Por pensar

Ei, já parou para pensar?
já pensou, sem parar,
sem pensar, já parou,
sem parar, já pensou

E, já pensou em amar?
sem amar, não pensou,
em parar, para amar,
sem pensar

O amor, sem pesar,
parou, amando,
sem pensar.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

" D e b o c h e s "

Você, Poeta

- Vô, cê poeta havia de ser,
com palavras, bem acomodadas,
deboches tímidos,
cê não conseguia conter.

A inocência do neto
clamava em saber
como o velho escritor
omitia de seus versos
o mundo romântico
que animava seu viver.

O vô se divertia em dizer:
"não sou poeta,
nem hei de ser,
sou apenas um debochado,
vai meu poeta,
romantismo é com você."

De um causo da vida,
seus deboches cuidavam de trazer:
risos, lembranças,
admiração, saber.

De tudo,
pude perceber
a experiência do velho,
a inocência do jovem querer.

Vô, cê.

*ao avô chamado "vô".